Documento CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
A DEFESA DE CUIDADOS DE SAÚDE de proximidade e qualidade
VALORIZAR O SERVIÇO NACIONAL SAÚDE!
Continuamos a afirmar que o Serviço Nacional de Saúde, SNS, é o mais importante serviço público na perspectiva social e humana, e cujo objectivo central é debelar ou diminuir o sofrimento humano. Na região do Médio Tejo não há qualquer alternativa aos cuidados de saúde prestados pelo SNS, de forma universal e permanente.
Mas o SNS tem problemas, e outros aparecerão, que é preciso resolver para que, no limite, todos os cidadãos que recorram ao SNS o possam fazer em tempo útil e com eficácia. Por menores que sejam os incidentes que afectem quem recorre ao SNS, não os deixam satisfeitos. Dentro das nossas possibilidades e meios tentamos tudo para que as situações negativas sejam corrigidas e as boas práticas sejam multiplicadas.
Não temos uma visão miserabilista sobre o SNS, pois testemunhamos avanços em muitas áreas com novos equipamentos, novos serviços, mais profissionais (infelizmente poucos face às necessidades e imprescindíveis para substituir os que se reformam ou saem da região).
OS CUIDADOS SAÚDE PRIMÁRIOS
Não confundimos Cuidados de Saúde Primários com cuidados médicos. Por isso dizemos que faltam recursos humanos (não só médicos) e meios para reforçar as acções de saúde preventivas e de cuidados de proximidade… Daí a defesa de mais Unidades de Cuidados à Comunidade, de iniciativas indutoras a práticas de vida saudáveis, ; melhorar organização (p.e. acabar com as diferenciações funcionais e remuneratórias entre UCSP, USF A,B) e acesso aos serviços.
Apesar da existência de mais de 100 médicos de família no ACES (mais alguns em prestação de serviço e reformados que voltaram, indispensáveis para algumas comunidades terem cuidados médicos), a verdade é que faltam mais de 30 médicos. Para o último concurso nacional foi pedida a abertura de 22 vagas, foram atribuídas 12 e só foram preenchidas 6… Urge tomar medidas excepcionais para garantir cuidados médicos de proximidade e pensar/envolver todas as entidades na preparação de uma solução duradoura que respeite as populações e as legitimas aspirações dos profissionais.
SERVIÇO DE OBSTETRICIA/MATERNIDADE
Sabendo da importância humana, social e na promoção da coesão territorial do funcionamento da Maternidade no Médio Tejo/Abrantes sempre as estruturas de utentes se preocuparam com a sua valorização. Lembramos que em 2015 foram recolhidas assinaturas de “Quase 7000 cidadãos do Concelho de Abrantes defendem a MATERNIDADE no Hospital de Abrantes”…
Hoje quando a maternidade tem intermitências no seu funcionamento e há quem volte a encarar a possibilidade do encerramento de algumas, voltamos a declarar a necessidade da valorização da Maternidade, assegurando o seu funcionamento 24 horas dia/7 dias semana.
OBRAS NA URGÊNCIA DO HOSPITAL DE ABRANTES
Em 11 abril de 2018 anunciava-se (e houve antes e depois muitos “anúncios” e “apresentações”) “Até 2019, o CHMT tem ainda investimentos programados de cerca de 6,5 ME, um valor que decorre da obra de ampliação da Urgência Médico-cirúrgica, na Unidade de Abrantes (1,5 ME)…”
Compreendemos as implicações da pandemia COVID-19 para os serviços hospitalares do CHMT (especialmente para a Unidade de Abrantes) e tal como diz o Presidente do CA "A urgência é o coração do CHMT senão, era um centro clínico". Assim, o que se exige é, que publicamente, seja tornado público o calendário da concretização das obras na urgência do hospital para um melhor serviço às populações e melhores condições para os profissionais. Para a valorização do SNS.
PRÓXIMAS INICIATIVAS das estruturas de utentes
As estruturas dos utentes da saúde vão, nos próximos dias/semanas, desenvolver as seguintes iniciativas:
Informar, organizar e mobilizar as populações para a defesa de cuidados de saúde de proximidade e qualidade, como são exemplo a intervenção, quase diária, das Comissões de Utentes no espaço público e junto das instituições e os Abaixo assinados do Concelho de Abrantes (mais investimento nos Cuidados Primários/Centros de Saúde; valorização da Maternidade; obras na urgência do hospital) e da Freguesia de Assentis/Torres Novas (Funcionamento regular das Ext Saúde de ASSENTIS e C.IGREJA, com mais profissionais (principalmente médicos) e que se criem as condições para a reabertura da de FUNGALVAZ).
Reunir com o ACES MÉDIO TEJO no próximo dia 16, para debater a prestação de cuidados de saúde nos Centros de Saúde da Região e entregar um Abaixo-assinado com 1090 assinaturas da população do Concelho de Vila Nova da Barquinha, reivindicando a abertura das 3 Extensões de Saúde que se encontram encerradas desde os constrangimentos da pandemia COVID-19. Em Setembro, provavelmente no dia 13, serão retomadas as reuniões regulares com o CA do CHMT.
Continuar com os contactos com os autarcas, incluindo a CIMT (Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo) no sentido de os sensibilizar a uma acção mais incisiva e coordenada na defesa de cuidados de saúde de proximidade e qualidade.
Enviar um documento à Assembleia da República para que em sede do Orçamento Estado 2023, sejam adoptadas medidas de discriminação positiva nas dotações de mais recursos financeiros, na agilização dos processos administrativos para a contratação de trabalhadores e organização e articulação entre todas as áreas do Serviço Nacional de Saúde, pois não basta dotar os Orçamentos de recursos financeiros, sendo também indispensável agilizar os projetos, cuidar da sua implementação no ano da sua dotação, fazendo uma gestão eficiente e eficaz em cada unidade de saúde.
A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo
A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Abrantes
11.08.2022, fte Hospital Abrantes
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