Intervenção no Conselho da Comunidade do ACES Médio Tejo, 22 de setembro 2022
Intervenção no Conselho da Comunidade do ACES Médio Tejo
22 de setembro 2022
Participação da CUSMT
Satisfação por voltar a reunir o Conselho da Comunidade, conforme Regimento, quando se torna ainda mais necessário o envolvimento das comunidades (autarquias, escolas, utentes, IPSS, profissionais, outros níveis de cuidados, como o CHMT) no acompanhamento e na definição de metas, para fortalecer o Serviço Nacional de Saúde.
A prestação de cuidados de saúde no Médio Tejo, como em todo o País, vive situações de extrema exigência, que exigem o reforço do Serviço Nacional de Saúde para que possa prestar mais e melhores cuidados de saúde de qualidade e proximidade.
A CUSMT, sempre acompanhou a atividade e as dificuldades do ACES Médio Tejo, manifestou a sua solidariedade e apoio possíveis aos seus dirigentes e profissionais, manteve contactos e reuniões com a sua Direção, com quem sempre procurou encontrar soluções para tentar salvaguardar a saúde da população.
Assumindo as nossas responsabilidades para com a população e reafirmando a necessidade de reforço do SNS na defesa de cuidados de saúde de qualidade e proximidade, para toda a população, defendemos:
Saúde Publica
Que as vantagens da saúde pública são para o bem-estar geral da população, mas também possibilitam ganhos materiais e financeiros para o Serviço Nacional de Saúde e para o país no seu todo. Urge, portanto, dotar estes serviços de meios materiais e humanos para que possam desenvolver cabalmente a sua atividade.
Cuidados Primários
Que os cuidados primários, de proximidade e qualidade são fundamentais para a manutenção da saúde em geral e podem ajudar a desimpedir as urgências hospitalares, facilitando assim o acesso a quem mais precisa delas e contribuir para uma melhor prestação de cuidados hospitalares. Sabe-se que não têm sido criadas condições necessárias para cativar os profissionais de saúde para o SNS, o que também tem dificultado a existência de recursos humanos necessários ao cabal funcionamento mas, torna-se indispensável fazê-lo com a maior urgência para que: todos os utentes tenham médico de família e consultas presenciais de acordo com as regras estabelecidas; sejam reabertas as Extensões encerradas ou sem funcionamento; reforço e criação de novas UCC; existam e funcionem Unidades Móveis de Saúde; haja extensão de horários em algumas Unidades de Saúde; sejam adotadas regras de funcionamento similares em todas as unidades de saúde para que não haja utentes de 1ª e de 2ª; se recupere progressivamente o acompanhamento de todas as patologias e incentive os rastreios e o Plano Nacional de Vacinação; se reforce a Humanização dos cuidados de saúde; na era da comunicação e dos avanços tecnológicos digitais, se faça a ligação técnica e digital adequada entre as diversas unidades do Serviço Nacional de Saúde.
Consultórios de Dentistas nos Centros de Saúde
Que a medicina oral é uma das faltas muito sentidas pelos utentes, no Serviço Nacional de Saúde. No Aces Médio Tejo já existem instalações e equipamentos instalados nos 12 Centros de Saúde que este ACES integra. Contudo, apenas 5 estão a funcionar, estando os restantes a aguardar a contratação de profissionais para poderem funcionar. Estamos informados das dificuldades que a ARS tem tido em contratar e reter Médicos Dentistas e que “Reconhecida a dificuldade encontram-se a ser envidados esforços no sentido de ultrapassar essa dificuldade”. Ficamos na expectativa que os esforços envidados tenham sucesso e possam resolver a situação com a brevidade possível.
Recursos Humanos
Como temos afirmado, a saúde é o bem mais importante do ser humano e por isso deve ser a medida para avaliar do progresso e bem-estar de uma comunidade.
Para que o ACES Médio Tejo possa contribuir para esse progresso e bem-estar é indispensável que se reponham com urgência os Recursos Humanos em falta, que desde há muito não são suficientes para responder às necessidades dos utentes, e se criem condições para cativar e reter mais profissionais (médicos, enfermeiros, assistentes técnicos e operacionais) com boa organização, valorização profissional e salarial, para se poder reforçar e desenvolver o Serviço Nacional de Saúde e melhorar os cuidados de saúde primários.
Pandemia de COVID 19
Em Portugal e no Médio Tejo, os dados indicam grandes melhorias comparativas com igual período do ano anterior, para o que muito contribuiu a adoção de medidas de prevenção e também o grande implemento no processo de vacinação. Mas com o aproximar do Outono e do Inverno e a redução de procedimentos de segurança sanitária podemos estar sujeitos a algum aumento, principalmente no número de infetados. Situação que exige a responsabilidade de todos para continuar com medidas de prevenção e com o processo de vacinação, que já se iniciou, para controlar e acabar com a pandemia.
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A CUSMT continuará a dirigir os seus esforços para a informação, organização e mobilização das populações, manterá os contactos com as entidades responsáveis pela definição e a prática das políticas de saúde, defenderá a implementação de mais cuidados de saúde de proximidade e de qualidade no Médio Tejo, para o que é fundamental a intervenção das populações, a quem verdadeiramente se dirigem os cuidados de saúde
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